Fui expulsa de casa como superei? .... (HISTÓRIA) Part 2


Depois que meu namorado na época havia me buscado junto com as minhas malas, eu não acreditava no que estava acontecendo comigo, até porque eu não queria morar junto naquele momento, nunca foi algo que eu concordava, eu queria muito fazer faculdade, entrar no mercado de trabalho, e se der tudo certo ir para o casamento.
Contrariando todas as minhas vontades, e por necessidade eu precisei aceitar tudo que estava acontecendo comigo. Chegando na casa, ela ficava localizada na periferia de Itaquaquecetuba, o caminho para lá era de ônibus. Descendo do terminal de ônibus o local era bem bonito reformado, com calçada quadriculada, banheiros localizados junto ao posto de atendimento, mas na maioria das vezes estava fechado, mas pelo menos tinha. Haviam 3 vias com vários pontos de ônibus, e logo a frente, saindo do terminal havia uma igreja católica, atrás dela tinha um rio que cortava uma estrada de barro que dava acesso as vielas da periferia, era como uma encruzilhada, atrás de mim estava o terminal, com o chão asfaltado, e logo na minha frente a estrada de barro, no entorno haviam pequenos comércios independentes. E no caminho adentrando as vielas que eu nunca decorava o caminho porque parecia um labirinto, eu falava.
- Sua mãe vai aceitar de boa o fato de eu estar indo pra morar?
- Relaxa po, ela não tem direito de falar nada porque eu pago quase todas as contas lá
Na minha cabeça que sofria de ansiedade, já imaginei várias coisas, como, uma confusão entre ele e a mãe dele por estar me abrigando, e eu definitivamente não queria isso, afinal minha família não me queria e agora eu vou ser motivo de brigas em outra família? Isso estava acabando comigo. Então durante o caminho com essa resposta nada confortante que eu recebi dele, meu coração disparava a cada avanço que eu fazia até a casa, estava ficando até com dor de barriga.

- Chegamos!

Disse ele, pegando a chave para abrir o pequeno portão branco que dava acesso a um corredor, o bar do Pai dele ficava ao lado, na parte de baixo da casa que tinham dois andares, na frente do bar tinham dois batentes que serviam de bancos quando o bar ficava lotado, neste momento o bar estava fechado, até porque era tarde da noite, ele era fechado com um toldo e um grande portão branco na frente e no vão entre o toldo e o portão havia alguns botijões de gás,  eu não sabia para que serviam mas no momento eu estava muito tensa para perguntar sobre isso. O foco era outro.
  Adentrando ao corredor pequeno logo no final havia um pequeno quintal que ficava um nível a baixo do chão do corredor, necessitando descer 1 degrau para ter acesso, parecia ter apenas 1,80 por 1,80, não era muito grande. E no final do quintal havia uma casa pequena fechada. No final do corredor virando a direita, subindo um pequeno degrau, era a lavanderia e a entrada da casa, na lavanderia haviam duas pias de concreto na parede, um tanquinho e uma máquina de lavar encapada, com alguns pregadores no varal de baixo da varanda.
  Abrindo a porta da cozinha que eram aquelas típicas portas de aço, havia a cozinha, que também não era muito grande, a cozinha tinha uma mesa de madeira que parecia maciça, a pia que tinha uma janela que dava vista para a varanda e o pequeno quintal, e uma porta que ficava ao lado do armário de cozinha na esquerda, que dava acesso a um dos banheiros da casa. Subimos as escadas que eram feitas de concreto com o mesmo piso que se encontrava na cozinha, um piso claro com cores de rosa e laranja pastel. Subindo as escadas no lado esquerdo estava a sala, e na frente seguia um corredor que dava acesso as quartos, e logo ao fundo uma porta de aço que dava acesso a uma varanda em cima do bar. Na sala tinha dois sofás com capas vermelhas, um aquário ao lado do sofá, o raque com a tv ligada no Jornal nacional, e a mãe dele estava lá sentada, assistindo o jornal.

- Oi meu filho você foi aonde? - disse ela sem olhar para nós

- Fui buscar a Raquel mãe, o Pai dela colocou ela na rua, ela vai ficar aqui ta bom?

- Meu filho, vocês precisam alugar uma casa pra vocês, vocês já são casados, você precisa arrumar um lugar pra vocês

 Enquanto a conversa rolava eu queria morrer, por vários motivos, na minha cabeça só passava maneiras de cometer suicídio.
Quando a conversa constrangedora acabou, ele me chamou pra comer, descemos para cozinha, fizemos um café, comemos um pão, e então fui tomar banho no banheiro do andar de baixo, ele deu um jeito de colocar minhas roupas em um armário de um metro e meio que tinha na sala, e me chamou pra dormir, entrando no corredor do andar de cima eu entro em um dos quartos, e lá está a irmã mais velha dele, dormindo em uma cama de casal com seu namorado e sua filha, e ao lado da cama de casal estava a cama do meu ex, uma cama de solteiro.
  Naquela noite eu nem consegui dormir, passavam milhares de coisas na minha cabeça e eu só queria que Deus me levasse pra sempre, eu não estava acreditando que aquelas coisas estavam acontecendo comigo, depois de tanto chorar, eu acabei dormindo, fui dormir muito tarde.
 Durante o sono eu fui acordada por um clarão no quarto, muito barulho escancarando as janelas da casa, som alto de sertanejo, e a irmã dele chamando pelo meu namorado.

- Fulaaano, vai levanta!! Vai tomar café logo se não vocês vão ficar sem e vão ter que esperar o almoço!!!

Ele não levantava e eu fiquei morrendo de vergonha de levantar primeiro que ele então eu fingia estar dormindo.

-Vai Fulando!!! O MÃAAAAE o fulando não quer LEVANTAAAAR!!!! - VAI FICAR SEM TOMAR CAFÉ FILHO DA PUTA!!!!

A irmã dele gritava de um jeito MUITO alto, escândalo, e o meu coração disparava de desespero, e naquele momento eu só queria me enfiar em um buraco. Quando finalmente ela saiu do quarto, eu cutuquei ele e pedi pra ele levantar, pra gente descer logo, e tudo que ele me fala é pra ficar quietinha pra dormirmos mais um pouco. Nessa altura eu já estava 100% acordada, com o coração a mil e com MUITA fome, porque eu não tinha me alimentado na casa dos meus pais. Eu comecei a chorar baixinho novamente, com os olhos bem inchados por ter chorado na noite anterior, o som já estava bem alto na sala de estar com sertanejo e brega tocando no bar do pai dele, era sábado, e no sábado tem restaurante e com um prato especial no bar, era caldo de peixe, então o bar ficava lotado, tinha venda de espetinho logo cedo, e era impossível dormir , até que ele resolve se levantar para tomarmos café, tomamos aquele café frio, com pão francês, e depois do café se inicia um comportamento do meu ex que eu não esperava.
  Ao subir para sala novamente e organizar minhas coisas, ele me fala que vai descer pra ajudar o Pai dele no bar, ele desce eu fico lá dobrando minhas roupas, me organizando, e ao mesmo tempo morrendo de vergonha, querendo me enfiar em um buraco. Na sala atrás de um dos sofás tinha mais um quarto, que era do irmão mais velho do meu ex namorado, ele trancava o quarto quando estava trabalhando, e ao lado do quarto outro banheiro, onde o chuveiro não funcionava.
 Enquanto eu dobrava minhas roupas, a irmã dele, aquela que ficou gritando de manhã, passou pela sala, falando alto também.

- Ha é você que é a muié do Fulando? Vai morar aqui é?

- Só por um período até eu encontrar um lugar pra morar

- Humm

E desceu as escadas, pra mim foi um alívio porque eu não queria conversar com ninguém, naquele momento eu estava sem celular, porque eu meu pai ficou com ele quando me expulsou, era um Galaxy Y.
 O dia passou e foi aquele show de horrores, os 5 irmãos dele passavam pela sala e perguntavam coisas sobre a minha vida, principalmente a irmã mais nova dele que tinha uns 8 anos na época, que faziam até mesmo perguntas inconvenientes. Já o irmão do meio dele, era mais gentil comigo, não que as outras pessoas não fossem mas ele tinha mais educação por estar lidando com uma pessoa que não tinham intimidade.
 Durante minha estadia lá, era uma rotina muito conturbada, de segunda a sexta feira, meu ex ia trabalhar, eu levantava cedo, porque não tinha outra escolha, limpava a casa junto com as irmãs dele e a mãe, lavava minhas roupas e as dele, passava por situações constrangedoras com o entra e sai na casa, pessoas perguntando se eu me casei com o Fulano, e tudo isso que estava acontecendo na minha vida era tudo que eu odiava profundamente, meu foco era estudar, trabalhar e depois quem sabe pensar em casar, mas eu sonhava em ter minha casa, minha independência financeira, mais foi tudo pro saco. Quando chegava o final de semana, a única pessoa que eu queria era meu namorado porque ele era a única pessoa que eu tinha realmente alguma intimidade, e ele sempre falava que iria ajudar o Pai dele no bar, nunca ficava comigo, e ficava por lá o dia todo, e eu ficava só lá em cima, confinada tentando arrumar alguma coisa pra fazer, já que não tinha celular, nada. Até que eu precisei falar com meu namorado sobre um determinado assunto então com muito ódio eu desci até o bar, eu queria ser invisível pra todo mundo daquele lugar. Entrando no bar o local estava lotado, muitas pessoas rindo muito alto bebendo, música brega, e cheiro de carne bem forte, dei uma olhada pelo bar, e constatei que ele não estava por lá, então fui até a cozinha onde estava sendo feito uma panela gigante de caldo de peixe, e peixe frito, um som bem alto de panela de pressão junto com a música bem alta, avistei a mãe dele, cozinhando sem parar.

- Oi, tudo bem?

- Oh Raquel resolveu aparecer foi? Fica confinada lá em cima muié kkkkkk

- Eu sou tímida (rindo sem graça) - Você viu o Fulano? Preciso falar com ele

- Vish muié, faz tempo que ele pegou a bike dele e saiu, ele faz isso quase todos os dias, você não percebeu não? Fulano nunca muda, mesmo tendo muié em casa.

Naquele momento eu não queria acreditar no que eu estava ouvindo, eu me recusava a acreditar que ele estava saindo sem mim, sabendo como eu estava depressiva naquele lugar, por toda situação que aconteceu comigo, e que pior, ele pudesse estar me traindo. Eu não imaginava que um ser humano poderia ser tão ruim, diante de toda situação, então eu agradeci e subi novamente apreensiva, o dia foi caindo e eu ficava olhando pela janela da sala, naquele corredor estreito pra saber se ele chegava com a bike dele. As horas iam se passando e nada, até que meu peito se enchia de angústia e eu chorava muito, em silêncio, andava pra lá e pra cá, descia tomava banho, subia de volta, ficava na varanda na parte de cima no final do corredor dos quartos, e nada. Eu via as pessoas passando na rua, era uma rua de barro com pouco asfalto, quase não dava pra ver pelo desgaste, era uma rua bem estreita de mais ou menos 1 metro e 80 cm de largura, dava pra ver as casas bem coladinhas, simples, mais que pareciam aconchegantes, onde as pessoas se reunião, tomava aquele café fresquinho, pão quentinho comprado no seu zé da esquina, tendo suas rotinas normais de uma afamilia normal. Aquilo eu invejava tanto sabe? Eu imaginava que um dia eu iria construir uma família normal como aquelas, simples e aconchegante, eu achava que eu iria sair da casa da minha sogra, com o Fulano, iriamos morar ali perto mesmo, na simplicidade, faríamos um chá de cozinha, as pessoas participariam do churrasco e eu finalmente viveria normalmente como todas as pessoas.
 Enquanto eu refletia, já estava noite, e fui até a janela novamente para ver se ele havia chego. Até que eu vi uma bike encostada na parede mais só dava pra ver o guidão, na mesma hora eu pensei que ele tinha chego e estava no bar, então fiquei empolgada aguardando no sofá da sala, até que passou 30 minutos 40 minutos então eu resolvi descer. E lá no bar estava minha sogra fazendo mais peixe!

- O Fulano chegou?
- Não, eu acho que não, pergunte ao pai dele!

Fui até meu sogro e ele havia me dito que o Fulano não tinha voltado. Voltando para o corredor a bike que eu tinha visto era do irmão dele, que tinha chego do trabalho de segurança. Então eu resolvi tomar outro banho. Quando eu estou muito ansiosa eu tomo vários banhos, tomo muito café e bebo muita água. Não façam isso kkkk.
  Entrei no chuveiro e tudo que eu queria era.. adivinhem? Morrer é claro, eu achava que eu estava em um pesadelo e que logo mais eu iria acordar, e eu vou estar no meu quarto, e ir até o computador pra continuar procurando meu primeiro emprego. Eu ficava me perguntando, aonde que eu errei? O que eu fiz para Deus me dar essa vida, tudo que eu queria era uma família normal, trabalhar, estudar, e alugar uma casa só pra mim. Apesar de ter uns pensamentos de formar uma família normal com o Fulano porque era uma das poucas chances que eu tinha de ter uma vida normal. Era o que eu achava, e enquanto eu pensava nisso eu chorava de baixo do chuveiro, tentando não emitir som!
 Passaram-se duas horas e ele chega, ele entra na cozinha, pega um pão seco mesmo, e sobre mordendo o pão, ele senta na sala de estar e pergunta pra mim.

- E ai, ninguém ficou te enchendo o saco?

- Porque você não me levou junto com você? - Perguntei brava.

- Oque como assim? kkk

- Você não foi no bar ajudar seu pai, você foi dar rolê sozinho sem mim. Poxa Fulano, eu fico a semana toda esperando pelo fim de semana pra ficar com você, pra gente sair um pouco e você finge que eu nem existo?

- Que ow, para de ser louca, eu estava ajudando meu pai no bar SIM! Ele me pedia pra ir no mercado comprar, peixe, tomate, carvão pra atender as pessoas hoje! Vai me dizer que você queria ir no mercado comigo? Se ta louca Raquel? Eu sempre ajudei meu Pai, não é agora que eu vou parar, me desculpe!

Eu já estava extremamente fragilizada, tudo estava me abalando e como ele estava alterado, nervoso, eu resolvi apaziguar as coisas e sentei do lado dele, pedi pra ele deixar pra lá. que eu estava estressada. Quando sentei ao lado dele, senti um cheiro diferente, um cheiro de maconha com cocaína, eu reconheci porque meus pais são drogados, eu cresci na presença dessas coisas a vida toda e eu tinha (tenho) um ódio mortal disso! Mas deixei passar porque eu estava com a cabeça muito quente, só que pô! Mais um problema pra lidar!! Como se não bastasse os que eu já tinha!



Continue......

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