Sinto aquele calafrio na espinha que me faz desejar chegar logo em casa. O uivo ecoa pela floresta, sei que ele está próximo. Meu pai tinha me dito para não ir muito longe a noite, pois era lua cheia e a criatura costumava aparecer nessa época.
Se eu pudesse, ficaria em casa, mas infelizmente nesta noite eu precisava procurar minha mãe. Ela havia desaparecido e sua ausência me trazia muita dor. Resolvi ficar perto das árvores maiores, para não ser notada facilmente. A criatura estava próxima.
Caminhei durante um tempo. No entanto, não avistei minha mãe em momento nenhum. Fazia várias noites que ela não aparecia. Com esse animal a solta por ai, já comecei a pensar no pior. Ela havia sumido em uma lua como essa. A última coisa que me disse foi que ficar naquele lugar não seria seguro para ninguém. Mas sinto que correr para a floresta poderia ser ainda mais perigoso.
Meu pai não tinha coragem de sair á noite. As vezes, quando eu voltava, nem o encontrava em casa, mas ele sempre aparecia depois. Dizia estar procurando pela minha mãe, assim como eu.
Não havia o que temer. Era só eu me manter longe da criatura. O problema é que ela parecia cada vez mais próxima. Eu estava quase chegando em casa e fiquei com medo de acabar atraindo-a até lá.
Já conseguia avistar a casa. Apertei o passo para chegar mais depressa. Logo que me aproximei da porta, vi que estava totalmente aberta. Corri para dentro e procurei meu pai. Olhei a cozinha, porém ele não estava lá. Quando cheguei ao seu quarto, o avistei, o abracei com força.
Enquanto ele implorava, o devorei bem devagar.
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