Sob o Mesmo Céu

 

Capítulo 1: O Admirador Secreto

Em meio ao tumulto da cidade grande, com suas luzes incessantes e o ritmo frenético, havia um oásis de calmaria no lobby de uma imponente torre de escritórios da K-Global Corp., onde trabalhava Mi-cha, uma recepcionista de estatura baixa e de natureza tímida. Com seus delicados óculos de armação redonda e cabelos sempre presos em um coque despretensioso, Mi-cha passava a maior parte de seus dias entre telefonemas e boas-vindas a visitantes, sempre com um sorriso gentil.

Mi-cha, apesar de sua timidez, possuía uma paixão secreta: o executivo de alto escalão da empresa, Hyun-woo. Ele era o oposto dela: alto, confiante e com uma presença que parecia comandar atenção por onde passava. Todos os dias, como um ritual, ela o observava cruzar o lobby, sempre pontual às 8h15, seu café na mão, o terno impecavelmente alinhado. Ela, secretamente, tecia narrativas em sua mente onde eles conversavam, riam juntos e compartilhavam momentos simples e perfeitos.

No refúgio de seu pequeno apartamento, Mi-cha dedicava-se a escrever em seu diário todas as noites. Cada página era um desabafo de seus sentimentos por Hyun-woo, sentimentos que ela jamais ousava expressar.

Capítulo 2: O Convite Inesperado

Um dia, algo inusitado aconteceu. Enquanto distribuía correspondências e comunicados internos, Mi-cha foi surpreendida por um convite para o happy hour da empresa, algo que raramente acontecia com funcionários do seu nível. O evento era uma celebração pelo sucesso de um grande projeto liderado por Hyun-woo.

Mi-cha sentiu seu coração acelerar ao ler o convite. "Será que isso é uma chance?" ela pensou. Decidida, viu no evento a oportunidade de, ao menos, compartilhar o mesmo espaço que Hyun-woo fora do ambiente formal do escritório.

Capítulo 3: Preparativos e Expectativas

Nos dias que antecederam o evento, Mi-cha buscou em sua mente e no seu armário a melhor maneira de se apresentar. Ela escolheu um vestido simples mas elegante, azul como o céu ao entardecer, e soltou os cabelos, que caíam levemente sobre seus ombros. Por um momento, ao se olhar no espelho, sentiu-se como a protagonista das histórias que tanto amava ler e escrever.

Chegado o grande dia, Mi-cha sentiu uma mistura de nervosismo e excitação. Ao chegar ao local, seu coração batia forte, e cada passo que dava em direção ao salão parecia ecoar como um tambor.

Capítulo 4: O Encontro

O evento estava animado, cheio de colegas rindo e conversando. Hyun-woo estava lá, como esperado, cercado por pessoas que pareciam pendurar em cada palavra sua. Mi-cha sentiu-se intimidada, mas algo dentro dela a impelia a ir adiante.

Quando finalmente encontrou coragem, Mi-cha aproximou-se do bar para pedir uma bebida, e foi nesse momento que o destino decidiu brincar com os fios de suas vidas. Hyun-woo aproximou-se do mesmo bar para pegar outra bebida. Ele notou Mi-cha e, com um sorriso gentil, puxou conversa.

"Você é a Mi-cha, certo? Eu sempre te vejo no lobby, sempre tão focada e profissional. Obrigado por todo seu trabalho duro", disse ele, com uma sinceridade que fez o coração dela saltar.

Surpresa e encantada, Mi-cha conversou com ele, inicialmente tropeçando em suas palavras, mas logo encontrando um ritmo confortável. Falaram sobre trivialidades, sobre o livro que ela estava lendo (que ele também conhecia), sobre suas músicas favoritas. Para Mi-cha, cada momento era um tesouro.

Capítulo 5: A Revelação

Conforme a noite avançava, Mi-cha se sentia cada vez mais à vontade. Em um impulso de coragem, mencionou que ela escrevia em um diário. Hyun-woo se interessou e perguntou se algum dia ele poderia ler o que ela escrevia.

Ela corou, hesitante, mas algo sobre a honestidade em seus olhos a encorajou. "Talvez um dia", ela disse, "quando eu tiver a coragem de mostrar a alguém".

Capítulo 6: Novos Começos

O happy hour terminou, mas a história de Mi-cha e Hyun-woo apenas começava. Nos dias seguintes, eles continuaram a conversar, primeiro por mensagens, depois almoços casuais. Mi-cha começou a compartilhar mais de seu mundo interno, e Hyun-woo se mostrava cada vez mais encantado pela profundidade e sensibilidade dela.

Aquele encontro casual se transformou em encontros planejados, e o que começou como admiração de longe, floresceu em uma conexão genuína e profunda. E em seu diário, Mi-cha não mais escrevia sobre um amor platônico, mas sobre um amor real e recíproco, sob o mesmo céu.